Magnano viaja pelo país para formar a seleção permanente visando 2016

Magnano viaja pelo país para formar a seleção permanente visando 2016

 

Rubén Magnano tem passado os últimos dois meses no avião. O técnico da seleção principal e campeão olímpico com a Argentina, em Atenas-2004, roda o país com a missão de conhecer como funciona o basquete brasileiro nas divisões de base e detectar talentos para o projeto que visa aos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016. Vinte meninos, com idades entre 15 e 18 anos farão parte de uma equipe permanente que treinará em São Sebastião do Paraíso, cidade mineira com 64.800 habitantes, localizada bem na divisa com São Paulo.

Em suas andanças, Magnano foi até o Acre, acompanhar ao Brasileiro sub-17 da Segunda Divisão. Lá, disse ter encontrado uma boa estrutura na organização, qualidade de alimentação e hospedagem, além de nível competitivo. Acredita na possibilidade de que alguns meninos tenham futuro na seleção. De um extremo a outro, foi a Santa Maria (RS) para ver os meninos da Primeira Divisão.

- Estamos observando o biotipo, a qualidade física e o talento deles. No Sul, por exemplo, encontrei um menino de 15 anos, com 2,10m. Isso é algo importante para nós. Há também um outro com essa estatura e grande potencial para o futuro. Esse é um projeto desafiador. Poucos países fizeram esse tipo de trabalho. Na América, não conheço um projeto assim. Na Argentina, acompanhei o que foi feito de perto e não houve um tão estável, ficando o tempo todo concentrado no trabalho - disse Magnano ao GLOBOESPORTE.COM, ressaltando que a comissão técnica ainda não foi escolhida.

centro de treinamento de basquete da CBB
Arena onde a seleção permanente sub-19 irá treinar a partir do mês de janeiro  (Foto: Divulgação)

Comandante da Geração de Ouro argentina, ele evita estabelecer prazos para o tempo de colher os frutos.  Prefere lembrar que o projeto deverá ter início em janeiro e que os escolhidos contarão com uma estrutura que inclui comissão técnica exclusiva, centro de treinamento na Arena Olímpica - inaugurada em março -, além de médicos e estudo. Os jogadores que já encerraram o ciclo escolar terão, segundo o treinador, alguma outra atividade cultural.

Eles irão morar no alojamento da Arena, que tem ainda restaurante, academia, vestiários com salas de massagem, salas para aquecimento, consultórios médicos, auditório, sala de vídeo e multimídia. A tentativa é fazer com que os meninos altos não troquem o basquete pelo vôlei, caminho tão comum nos últimos tempos.

centro de treinamento de basquete da CBB
Inaugurada em março, a Arena Olímpica será o CT
do projeto de base da CBB (Foto: Divulgação)

- A estrutura deve ser maior para que mais meninos joguem basquete. A criação da Escola Nacional de Treinadores também foi um passo importante para que depois possam ser exigidos os resultados. A ideia é que as seleções de base joguem de forma parecida com a principal, respeitando a idade. Precisamos entender que um jogador de 30 anos está num estágio diferente de um de 16. Raulzinho (armador de 18 anos que foi ao Mundial da Turquia) foi em boa hora para a seleção. Esse trabalho aponta que temos meninos para o futuro.

E não somente para a seleção adulta. Magnano frisa que é importante desenvolvê-los para servirem às equipes de categoria. Com elas, as jovens promessas participarão de um número maior de competições internacionais.

- Esse é um elemento muito importante do projeto. Eles jogarão com potências fora do país. Vamos ver o resultado de tudo de acordo com a qualidade do trabalho. Estou animado. Ainda não fui até as escolas porque não tive tempo, mas vou acompanhar na semana que vem às Olimpíadas Escolares, em Goiânia. Não se pode atirar só em um lugar.  E também estou vendo os jogos do NBB, de nossos jogadores na Espanha e NBA - disse Magnano, que concedeu essa entrevista num dos poucos intervalos que teve em Poços de Caldas, onde acompanha o Estadual Integrado de base.