O vice-presidente da República, Michel Temer, disse nesta quinta-feira (6) em São Paulo que o PMDB irá apoiar o candidato do PT à presidência da Câmara dos Deputados por respeito a um acordo firmado com a direção do partido aliado. Ele negou a possibilidade de endossa nomes de outras siglas, como o líder do PR, Sandro Mabel (GO), que ganhou força como uma possível alternativa.
Temer, que se reuniu hoje com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, lembrou que, após negociações com o presidente do PT, José Eduardo Dutra, ficou acertado que o PMDB apoiaria o candidato petista nos primeiros dois anos da legislatura. Na segunda metade, a situação se inverteria, com o PT respaldando o nome indicado pelo PMDB. Os dois aliados detêm as maiores bancadas de deputados.
- Temos um documento, até assinado por mim, como presidente do PMDB, pelo qual neste primeiro biênio nós apoiaríamos o candidato do PT, e no segundo biênio o PT e demais partidos apoiarão o candidato do PMDB. Vale o documento, o compromisso firmado.
O vice-presidente, que já comandou a Câmara por três mandatos de dois anos cada, afirmou que as especulações são “naturais” no mês que antecede a escolha da direção da Casa.
- Fui candidato três vezes e sei como é. É natural que, neste primeiro momento, haja as maias variadas especulações, e até alternativas. Se houver outras candidaturas, serão legítimas.
Sobre a reivindicação do PMDB de ganhar um assento na coordenação política do governo de Dilma Rousseff, Temer argumentou que qualquer um dos seis ministros do partido estaria em condições de integrar o grupo.
Mínimo
O vice-presidente também descartou qualquer possibilidade de o PMDB se rebelar para tentar aprovar um salário mínimo maior que o proposto pelo governo, de R$ 540. Segundo ele, o que o partido pretende é analisar se há condições de elevar o valor, mas levando em consideração o equilíbrio das contas públicas.
- É claro que o PMDB e os demais partidos querem dar o maior mínimo possível, mas o PMDB não vai se opor se o governo não puder dar mais de R$ 540. O PMDB vai acompanhar aquilo que seja compatível com as possibilidades do Tesouro.